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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Professor analisa novo modelo de redação da Unicamp Exame de 2011 exigirá do candidato que escreva textos em três gêneros diferentes


Carolina Stanisci - Estadão.edu

Uma das maiores mudanças anunciadas no ano passado no Vestibular 2011 da Unicamp diz respeito à redação. Na 1ª fase, os candidatos terão obrigatoriamente de escrever três textos. Os gêneros só serão revelados na hora da prova. Podem variar entre narrativa, dissertação, carta, editorial, e-mail e entrevista, entre outros.
A novidade surpreendeu vestibulandos e professores de cursinhos, acostumados com o antigo formato, em que se escolhia uma das três propostas de gênero fixas: narrativa, dissertação e carta. “A ideia não foi tornar a prova mais difícil. Quem sabe escreve bem qualquer tipo de coisa. Os três textos propostos cobrem uma gama razoável das experiências de escrita na vida real”, diz o coordenador da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp, Renato Pedrosa.
Para ter uma amostra de como será o desempenho dos candidatos, o *Estadão.edu *pediu a quatro alunos do cursinho Etapa que fizessem a redação do simulado realizado pela Unicamp no dia 16. No exame, foi proposto aos alunos que escrevessem, a partir de três coletâneas diferentes, uma carta, um editorial e uma entrevista (neste último caso, com a formulação de perguntas e respostas).
O resultado foi avaliado pelo professor de português do Etapa Heric José Palos. “O desempenho deles ficou na média. Nada me surpreendeu nem me decepcionou”, afirma o professor. “Quem for prestar Unicamp tem de ficar ligado nos mais diversos gêneros. Na próxima prova, pode ser pedida uma peça de teatro. Eles querem do aluno domínio amplo de vários gêneros redacionais e o que às vezes parece uma surpresa não é. Editorial é como se fosse dissertação. Não tem a nada ver com inspiração. É preciso ter domínio da técnica redacional.”

*O Estado de S. Paulo*, 24 maio 2010.
As redações e os comentários estão disponíveis em:
www.estadao.com.br/noticias/vidae,professor-analisa-novo-modelo-de-redacao-da-unicamp,556161,0.htm

quarta-feira, 26 de maio de 2010

MEC cria 'Enem' para professores

Para você profissional da Educação, acesse o link http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2010/05/24/mec-cria-enem-para-professores-916669257.asp , para ler a notícia vinculada no site.
Poste aqui seu comentário... esta possível nova abordagem de seleção de professores propiciará de fato mais qualidade para a educação? Dê sua opinião.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

DISGRAFIA


A Disgrafia (dis=dificuldade e grafia=grafar/escrever) é um transtorno da escrita resultante de um distúrbio de integração visual-motora, que afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números.

Trata-se de um transtorno funcional e apresenta-se em crianças com capacidade intelectual normal, sem transtornos neurológicos, sensoriais, motores e/ou afetivos que justifiquem tal dificuldade.
Apesar de alguns autores terem visões diferentes quanto ao termo disgrafia e disortografia, abordaremos a disgrafia como sendo um prejuízo que o indivíduo possui na execução do ato motor destinado à escrita e não das trocas, omissões, inversões e contaminações de letras/palavras, que seriam características da disortografia.
De modo geral, a escrita é uma linguagem visual expressiva, que faz uso de uma série de operações cognitivas, tais como percepção auditiva, visual, discriminação tátil, cinestésica. Ou seja, é um sistema visual simbólico, que converte pensamento, sentimento e ideias em símbolos gráficos, que envolve análise de todos estes subsistemas.
Para o desenvolvimento da escrita adequada, existem alguns pré-requisitos, como aspectos cognitivos, afetivo, motor e linguagem que são necessários observar:
- Esquema corporal (planta do indivíduo) é a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo em relação ao mundo exterior;
- Lateralidade (dominância=força e precisão) conceito de direita e esquerda será mais fácil de ser interiorizado a medida que sua dominância for mais homogênea;
- Estruturação espacial: o indivíduo deve ser capaz de situar-se e situar objetos uns em relação aos outros;
- Orientação temporal: envolve a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, após, durante), duração dos intervalos, noções de tempo longo e curto (hora, minuto), ritmo regular, irregular (aceleração, freada);
- Pré-escrita: domínio do gesto e da direção gráfica (da esquerda para direita).
Quando realizamos uma avaliação psicomotora, observamos algumas características que podem auxiliar no diagnóstico, e que diferenciam os subtipos de disgrafia:
Pura (inconsciente): quadro disgráfico em crianças com conflitos emocionais importantes, que usam a escrita para chamar a atenção pela "letra defeituosa".
Conflito emocional importante:
. escrita instável, com proporções inadequadas;
. deficiente espaçamento e inclinações
Mista: apresenta conflitos emocionais associados a déficits perceptivo-motor (tipo de disgrafia mais frequente):
- dificuldade na forma, tamanho da letra;
- inclinação defeituosa (inicia uma frase no canto superior esquerdo e acaba no canto inferior direito);
- deficiente espaçamento entre letras, margens;
- ligamento defeituoso entre letras da palavra;
- não direciona o giro da escrita;
- pressão do lápis ou caneta na escrita ou falta desta;
- rasuras;
- transtorno de ritmo;
- alteração de postura;
- letra ininteligível
- lentidão;
- alteração dos fatores psicomotores;
- impulsividade;
- transtorno da atenção;
- transtorno do esquema corporal;
Reativas: devido a transtorno maturativo, pedagógico ou neurológico. Inicialmente não possuem componentes de alteração emocional.
Há ainda a Disgrafia caligráfica ou motora, que ocorre alteração na forma das letras e na qualidade da escrita em seus aspectos percepto-motores. Em crianças menores, podemos observar dificuldades motoras de ritmo. Porém, somente após a alfabetização pode ser feito o diagnóstico. Para tanto é fundamental uma avaliação com profissional especializado na área.
Os exercícios de pré-escrita e grafismo são necessários para aprendizagem das letras e números. Sua finalidade é fazer com que a criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e a compreensão da imagem a reproduzir. É importante que o indivíduo seja estimulado a realizar exercícios para o ombro, como movimentos de abrir e fechar com o brinquedo vai e vem e bolas; cotovelo (peteca), punho, mão e dedos.
Estes exercícios poderão ser feitos utilizando técnicas de percepção corporal, como por exemplo relaxamento, massagens, prancha de equilíbrio e com a utilização de alguns materiais (argila, massinha, tinta , jogos).
A seguir exercícios de grafismo para professores trabalharem em sala de aula:
. Gestos no plano vertical (utilizando lousa, papel, pincéis, giz de cera e canetas hidrocor) para aprender a segurar corretamente o lápis;
. Grandes desenhos que vão diminuindo a medida que a criança desenvolve habilidade de ombro, cotovelo e passa a adquirir destreza de punho e dedos;
. O trabalho deve ser realizado sempre da esquerda para a direita.

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Raquel Caruso

Fonoaudióloga, psicopedagoga, psicomotricista e coordenadora da Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico.

Contribuição: Giselly Zahn - Orientadora Educacional CACPA
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