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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Newsletter... 08/2010

Ações... elas envolvem deslocamento, mas começam ainda no pensamento.
Vamos caminhar mais? Vamos aprender? Vamos ensinar? Se link... veja quanta novidade no nosso portal...
Aproveite!!!

Comemoração dos 150 anos do nome Adventistas do Sétimo Dia

O Portal da Educação Adventista preparou um espaço interativo com atividades referentes a esse momento histórico. Uma ótima atividade para as aulas de Ensino Religioso. A comemoração oficial será no sábado 2 de outubro.

Eu conheço minha história

Educação Infantil

Estão disponíveis três novas multimídias para os professores trabalharem com o eixo saúde.

Alimento é Saúde – Conscientização sobre a importância do consumo de frutas e legumes.

Higiene é Saúde – Incentiva o cuidado com a higiene física.

Meu corpo – Apresenta as principais partes do corpo humano e a função de cada uma.


Português e Literatura

Oriente seus alunos a fazerem fichamento de leitura. Isso os ajudará a manter registrado o que há de mais importante nos livros que leem.

Como fazer um fichamento de leitura

Entrevista

O professor Adolfo Semo Suárez fala sobre o tema de sua tese doutoral defendida na Umesp, cujo título é Liberdade e Serviço: A Contribuição de Pensamento de Ellen G. White para uma Práxis Educacional Libertadora.

Confira a entrevista

Eleições – trabalhando a importância do voto

No dia 3 de outubro, mais de 135 milhões de brasileiros irão às urnas para escolher os dirigentes dos Estados, do Congresso Nacional e do país. Veja a sugestão de projeto para esta semana.

Acesse o projeto

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Newsletter - Mais novidades do Portal Educação Adventista... Se link!!!



O conhecimento é como uma luz... dissipa as trevas, se reproduz e se torna grandiosa... cada oportunidade de informação para desenvolvimento do conhecimento e fortalecimento da sabedoria deve ser aproveitada... mais uma vez disponibilizamos a Newsletter do Portal da Educação Adventista para você se linkar nas últimas postagens...
Aproveite muiiiiiiiittttttttttoooooooooooooooooo!!!


Cadastro de Interessados

Neste período de matrículas, muitos interessados em Estudar nas Escolas Adventistas se cadastraram por meio do Portal. O número de inscritos está aumentando, por isso é fundamental que administradores e secretários das escolas integradas fiquem atentos ao Sistema de Gerenciamento Integrado.

Veja quem está interessado em estudar na sua escola

Enem 2010

Como deverão proceder os guardadores do sábado durante o exame? Quem não marcou a opção “Atendimento Especial - Guardador do Sábado” poderá fazer as provas após o pôr do sol?

Saiba as respostas e informe aos seus alunos

Eleições

O que faz o presidente da República? É essencial para esta época de eleições explicar as atribuições dos governantes.

Acesse

Dia da Árvore

Curiosidade – Dia 21 é comemorado o Dia da Árvore. Saiba qual é a maior árvore do mundo, onde está localizada e quais são suas medidas.

Veja a curiosidade

Projeto Amigos da Árvore - Este projeto visa a despertar nas crianças a consciência ambiental para que possam ser os agentes de informação em suas respectivas famílias.

Acesse o Projeto

Conteúdos indicados

• Quiz - Aspectos do Continente Americano

• Quiz - história da Matemática

• Pesquisa Escolar - A Guerra Fria e nosso dia a dia

• Pesquisa Escolar – Algarismos Romanos

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Até a próxima Newsletter... tudo, aqui no BLOG!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

RELATÓRIO DE AVALIÇÃO DESCRITIVA


CONCEITO


O RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DESCRITIVA É UM DOCUMENTO QUE SE ENTREGA AOS PAIS NO FINAL DE UM PERÍODO PRÉ DETERMINADO PELA ESCOLA ONDE SE DÁ CIÊNCIA A ELES SOBRE O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA ESCOLA, AS CONQUISTAS E PROGRESSOS DOS ALUNOS. Não é um documento que se caracteriza como a palavra final acerca do desenvolvimento da criança, mas é um diálogo que se abre com a família para entendê-la melhor. Por exemplo: Na escola em determinada situação a criança age assim...Vamos conversar para ver se em casa também ela reage assim? O que podemos fazer juntos para ajudá-la?

COMO ESCREVÊ-LO?

Na abertura, escrevemos de uma forma geral sobre os projetos realizados no período, descrevemos o interesse da turma, as atividades mais marcantes e as aprendizagens significativas que eles tiveram. Essa escrita pode ser igual para todos, variando as falas sobre o desenvolvimento específico da criança, reação da mesma referente ao projeto, ou quando houver um possível objetivo que não foi alcançado, neste caso expor as ações que serão realizadas para auxiliar o aluno. Dessa forma esse relatório se torna mais exclusivo, mais pessoal.

Em vez de dizer: Nesse bimestre a professora fez isso, propôs essa atividade etc, etc..., Fale na perspectiva do aluno: Mariana aprendeu que... ela amou fazer isso... participar daquilo, ficou entusiasmada ao... etc., etc. Para o pai, interessa MUITO as reações, as falas e as aprendizagens de seu filho.

Em seguida escrevemos em mais um ou dois parágrafos sobre a criança, seu jeito de ser, seus relacionamentos, aspectos de independência e autonomia. Esse é o Eixo Identidade e Autonomia (RCNEI vol. 2).

Nos parágrafos seguintes comentamos sobre o desenvolvimento da criança em cada eixo trabalhado: Corpo e Movimento, Artes Visuais e Música, Natureza e Sociedade, Ensino Religioso, Linguagem Oral e Escrita, e Matemática (seis eixos no total).

Às vezes, podemos no mesmo parágrafo colocar dois eixos como por exemplo: Música e Artes Visuais, se o que for escrever não for muito.

Os professores das aulas especiais também precisam deixar com a professora titular o seu parecer sobre cada aluno.

Esse relatório tem que ser coerente e coeso. Não pode parecer que muitas pessoas escreveram e aos poucos foram colocando suas escritas uma após a outra, sem muita lógica ou continuidade. Uma releitura final para perceber esses aspectos é importante.

Cada coordenadora deve comunicar as datas de entrega desses relatórios com antecedência e esse prazo deve prever um tempo razoável para a coordenadora ler todos os relatórios, conversar com o professor e devolvê-lo para as possíveis correções. Essas primeiras correções devem ser realizadas junto com o professor para que se tome consciência dos aspectos a melhorar, e o juntos tenha a oportunidade de crescer ao refletir sobre as correções feitas. Lembrando que sempre é preciso o caderno de campo para subsidiar o relatório, a cabeça não se lembra de tudo se não estiver anotado.

NESSA EXPERIÊNCIA, SERIA IMPORTANTE ANTES DA PROFESSORA ENTREGAR PARA A COORDENADORA TODOS OS RELATÓRIOS, QUE APRESENTE UNS 3 RELATÓRIOS ( antes de escrever os demais ). Esses relatórios podem ser de um ÓTIMO aluno, de um BOM, e de um aluno que APRESENTA ALGUMA DIFICULDADE. Dessa forma os possíveis erros que poderão surgir, já seriam corrigidos antes dos demais relatórios serem escritos.

Se a coordenadora perceber, pelos erros que encontra, que não houve uma revisão geral (leitura final), por parte do professor, deve devolver para que essa leitura seja feita. Tudo isso precisa ser feito com muita atenção, por isso é necessário que os prazos sejam respeitados, para que não haja atropelos. Esse é um documento de uma ESCOLA para uma FAMÍLIA, por isso não pode ter erros. É um documento muito sério, que dependendo dos termos utilizados podem trazer grandes transtornos para o profissional que o escreveu e para a escola.

A base da redação deve estar apoiada em dois pilares:

1º) Nos objetivos específicos propostos para cada eixo temático, relacionados no bimestre; (ver referenciais e livro para consulta :Aprender e Ensinar na Educação Infantil – Eulália Bassedas – Cap. 5 ( Artmed ).

É imprescindível construir uma pauta (caderno de campo) de observação para facilitar e ir elaborando o relatório durante o bimestre.

2º) As anotações feitas pela professora diariamente ou semanalmente, podem ser feitas num caderno ou já em uma pasta aberta no computador com uma página para cada aluno.

Dicas gerais:

• Quando for escrever sobre a criança, por exemplo, no Eixo Identidade e Autonomia, coloque primeiro os aspectos positivos, só depois os negativos; cuidado para não afirmar “a criança é insegura”, em lugar disso descreva suas ações e reações: “Quando Fabiana chega na escola, primeiro pára na porta, olha e procura a professora, se ela me vê, sente-se a vontade quando....

• Cuidado para não emitir seu parecer sobre a criança, quando o que você está se referindo são aspectos subjetivos. É muito comum descrevermos uma situação e já “darmos“ o julgamento. Por exemplo: “Ela não participa das conversas na roda pois tem vergonha (quem disse que é por vergonha ? Podem ser devido a outros fatores).

• Quando colocamos uma situação que a criança está com dificuldades, sempre precisamos escrever o que temos feito para ela crescer ou superar essa dificuldade. Exemplo: Margarida tem dificuldade de perdoar o amigo, preciso sentar, conversar com ela e chamar o amigo para ela pedir perdão, preciso começar a conversa e “dar um força” para ela pedir desculpa... OU... Para a Fabiana participar do texto coletivo com suas opiniões, a professora precisa perguntar diretamente para ela: O que você está pensando? Pode falar Fabiana! Dessa forma ela sente-se segura, e mesmo baixinho, ela dá sua sugestão.

• Não escrever “Ainda não consegue... dê preferência para colocar o que ela(o) consegue fazer sozinha ou com ajuda de alguém.

• Termine sempre com palavras carinhosas, demonstrando que gosta, que acredita na criança...

• Anexe folhas de exercício que a criança realizou, quando for importante e necessário esclarecer melhor aos pais ou como uma comprovação do que você está se referindo. Exemplo: O Rafael está escrevendo uma letra para cada sílaba de seu nome e geralmente utiliza as letras de seu nome, demonstra estar na hipótese silábica sem referência sonora. Neste caso, se ainda não foi explicado para os pais sobre as hipóteses, etc. anexar um informativo a respeito (padronizar algo com o coordenador).

• São exemplos de situações que podem vir como anexo: “O nível que a criança está na escrita, a forma como ela resolve problemas matemáticos, a resolução de problemas através de desenho, problemas matemáticos , desenho da figura humana, resolução de escrita espontânea ou sobre algo que você precisa exemplificar”.

• Cuidado com expressões muito gerais: “O Fabrício se desenvolveu bem nas questões de produção de texto coletivo e na expressão oral.” Isso é muito geral. É necessário descrever o seu crescimento. O que ele faz, que o levou a essa conclusão? Ele participa com ideias coerentes, bem organizadas, criativas? Ele se expressa de forma clara com pronúncia correta das palavras, fala de forma espontânea?

• Um professor que presta conta aos pais através de um relatório descritivo, precisa ser muito observador e não confiar que a sua mente vai “guardar” tudo. É preciso valorizar e colocar em prática o seu registro com as suas reflexões. Ninguém observa todas as crianças de uma vez e nem consegue observar tudo. Escolha umas 4 ou 5 crianças para você observar por atividade ou até por dia. Isso facilita. Antes disso, sua planilha de observação tem que estar feita para você saber o que vai observar, o que é mais pertinente? Nível de leitura, Conceitos matemáticos, etc.

• Uma avaliação diária do trabalho do desenvolvimento da criança, não é só para prestar conta aos pais. É uma avaliação para o professor nas questões referentes à metodologia, gestão do espaço, do tempo, das relações com as crianças, etc. O professor precisa fazer essas reflexões o tempo todo para ir corrigindo, reformulando a sua prática e favorecer de forma cada vez mais competente a aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social de seus alunos.

• Lembre-se que a cada bimestre você vai escrever um novo relatório e é importante arquivar todos eles para não ficar repetindo o que falou nos anteriores. Por isso no início do bimestre já deve estar definido o que você vai observar durante o mesmo.

Sucesso a todos nessa caminhada. Não esqueçam de orar toda vez que forem planejar, iniciar sua aula e escrever um relatório. Deus dá sabedoria e supre nossas necessidades, se assim lhe pedirmos e o buscarmos com fé.

Colaboração: ELENI HOSOKAWA WORDELL
Adaptação: Nádia Teixeira da Silveira

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os ''cursinhos'' para o Enem


O Estado de São Paulo, 10/09/2010 - São Paulo SP

Desde que o Ministério da Educação (MEC) modificou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em março do ano passado, convertendo-o na principal forma de ingresso nas 55 universidades federais, por meio do Sistema de Seleção Unificada, muitos estabelecimentos de ensino - principalmente os particulares e confessionais - reformularam seus projetos pedagógicos e passaram a produzir material didático, fazendo "simulados" e oferecendo cursinhos específicos para a prova. Várias escolas admitem que a adequação dos currículos ao perfil de exigências do Enem é uma estratégia para se manter no topo do ranking de qualidade do MEC.

Pelas novas regras do MEC, as notas do Enem poderão ser utilizadas para preencher cerca de 42 mil das 183 mil vagas das universidades mantidas pela União. A possibilidade de disputar diversos cursos sem precisar se inscrever em vários vestibulares é o que atrai os estudantes. Além disso, o Enem é geralmente um exame menos "difícil" do que os vestibulares tradicionais. A mudança no Enem também abriu novos negócios para os cursinhos preparatórios para vestibulares. Eles lançaram os chamados "laboratórios intensivos", com distintos formatos e duração que varia de cinco dias a dois meses e meio. Voltadas especificamente para essa prova, as aulas são preparadas para que os alunos entendam a lógica de avaliação do MEC e aprendam a lidar com o tempo para resolver as questões. As atividades dos "laboratórios intensivos", que são distintas das dos cursinhos tradicionais, valorizam a memorização e desenvolvem a capacidade de argumentação com base em temas da atualidade, como genética, aquecimento global, crescimento autossustentado, preservação ambiental e globalização econômica. Nas aulas, os professores dão "dicas" de respostas aos alunos e se concentram nos conteúdos e habilidades exigidos pelo MEC em quatro áreas: matemática, ciências humanas, ciências da natureza e linguagem. Para os cursinhos preparatórios, os "laboratórios intensivos" para a prova do Enem são apenas mais uma forma diferenciada de educação, que surgiu como decorrência natural das mudanças do sistema de avaliação do MEC. A exemplo dos cursinhos, as editoras especializadas em livros didáticos também lançaram centenas de publicações com exercícios e resumos teóricos sobre temas da atualidade. Há até livros de palavras cruzadas especialmente preparados para quem vai se submeter ao Enem.
Os educadores criticam essa ofensiva comercial no campo da educação, atribuindo-lhe o objetivo único de conquistar o mercado aberto pelas mudanças no Enem. Para alguns pedagogos, esse tipo de preparação dos estudantes para o Enem vai estimular as escolas a adotar medidas prioritariamente voltadas para objetivos mercadológicos, desfigurando um mecanismo cujo principal objetivo é aprimorar a qualidade do ensino médio. Com isso, o Enem poderá deixar de refletir a real situação das escolas. "Vai ser difícil identificar os valores e o conhecimento que a escola agregou aos estudantes. Sem contar que existem escolas com a política deliberada de expulsar alunos que não conseguem acompanhar o nível de ensino", diz Eduardo de Andrade, Ph.D. em economia da educação e professor do Insper.
Para outros pedagogos, os "laboratórios intensivos" para o Enem têm o mesmo defeito dos tradicionais cursinhos preparatórios para vestibulares. Ou seja, eles tentam ensinar, em poucas aulas e de forma açodada, o que os estudantes deveriam ter aprendido nas três séries do ensino médio. "A intenção do MEC é transformar o ensino médio. Mas as habilidades devem ser construídas a longo prazo e não num cursinho efêmero", diz Alípio Casali, professor de pós-graduação em educação da PUC/SP. A reação das escolas particulares, dos cursinhos preparatórios e das editoras às mudanças no Enem eram previsíveis e inevitáveis: adaptaram-se às novas regras dessa prova. O que se espera do MEC, agora, é que aperfeiçoe as mudanças que realizou, para preservar a eficiência do sistema de avaliação escolar.

Colaboração: Eleni Wordell

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Processos matemáticos

Veja que texto legal sobre processos matemáticos...
Com certeza se aplica a todas as séries, melhor ainda, para todos nós.
O texto está no Português de Portugal.



Processos Matemáticos
Menezes, L. (2007). Processos Matemáticos (Seminário Final do P.F.C.M. Guarda)
Ponte, J.P. e Serrazina, L. (2000). Didáctica da Matemática do 1.º Ciclo. Lisboa: Universidade Aberta

O processo ensino/aprendizagem da Matemática caracteriza-se não só pelos conceitos matemáticos trabalhados como também pelos processos que essa aprendizagem envolve. Os processos matemáticos são tudo aquilo que permite trabalhar com esses conceitos. São particularmente importantes os processos matemáticos de representar, relacionar e operar, resolver problemas e investigar e comunicar. É igualmente importante que o professor discuta com os alunos os processos mais adequados à realização de cada tarefa.


Representar

A representação é um processo de grande importância numa aula de Matemática. Os conceitos matemáticos são por natureza abstractos (número, grandeza, medida, operação,…) e portanto surge a necessidade de os representar. Esse processo pode assumir diversas formas:

- Linguagem oral e escrita

- Representações simbólicas (algarismos, sinais das operações, sinal de igual,…)

- Representações icónicas (figuras, gráficos, diagramas,…)

- Representações activas (objectos para representar entes matemáticos)

É através das representações que o professor toma conhecimento do modo de pensar dos alunos, e a partir daqui pode aprofundar as representações dos alunos de modo a ir de encontro às representações da Matemática, assim como planear o seu trabalho de forma a responder às necessidades de cada aluno. Os alunos podem usar diferentes representações para o mesmo conceito; devem, no entanto, decidir qual a mais adequada em determinada situação. Só assim as aprendizagens se podem tornar significativas para os alunos.

Relacionar e operar

Para relacionar e operar com conceitos recorre-se a outros processos como: calcular (transformar certos símbolos noutros símbolos de acordo com determinadas regras), generalizar (atribuir a um conjunto de objectos as propriedades de um determinado objecto), particularizar (considerar casos concretos) e interpretar (relacionar os conceitos matemáticos ou suas representações de modo a dar sentido a esses conceitos e ideias matemáticas).

Resolução de problemas

A resolução de problemas é outro processo de extrema importância na aprendizagem da Matemática e que merece um lugar de destaque em todos os programas, porque permite desenvolver nos alunos novas ideias matemáticas e estratégias de pensamento. A resolução de problemas recorre a processos mais simples de representar e relacionar, dado que é um processo de elevado nível de complexidade. Na verdade, diz-se que um aluno está perante um problema quando não tem nenhuma rotina nem algoritmos de aplicação imediata para encontrar a solução que procura.

Investigar

A investigação, tal como a resolução de problemas, é um processo de enorme importância na actividade Matemática. Uma investigação distingue-se de um problema por ser um processo mais aberto e mais longo e com uma formulação de partida menos definida. Mostra-se, de seguida, um quadro com as etapas características da resolução de problemas e das investigações.



RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS                                      INVESTIGAÇÕES

                                                                                               Formular o problema/questão

Compreender o enunciado                                                       Desenvolver a compreensão sobre a questão

Definir um estratégia                                                                Formular conjecturas

Aplicar a estratégia                                                                  Testar e reformular as conjecturas

Avaliar os resultados e responder ao problema                         Validar a conjectura e relatar o processo.



Exemplos de investigações:

• Investiga as diagonais de polígonos convexos.

• Investiga o que acontece com o volume de um cubo quando se aumenta a medida do comprimento da sua aresta.

Comunicação

Tal como a resolução de problemas, a comunicação é um processo transversal ao ensino e à aprendizagem da Matemática. É através desta que os alunos expressam as suas ideias (intercomunicação) e alargam e aprofundam o seu conhecimento matemático (intracomunicação). Quando um aluno tenta convencer o outro do seu resultado é “obrigado” a justificar/argumentar, a organizar e consolidar o seu pensamento. Por outro lado, o professor apercebe-se do modo de pensar do aluno, dos seus erros, das suas dificuldades e, consequentemente, pode organizar o seu trabalho de modo a responder às necessidades de cada aluno.

Outros processos

Para além dos processos acabados de referir existem outros também importantes como por exemplo, deduzir (concluir sobre a veracidade de uma afirmação a partir de outras), modelar (construir e validar modelos matemáticos que possam representar fenómenos ou situações diversas), reflectir (quando um aluno considera uma ideia, um resultado e o encara de diversos pontos de vista), criticar (quando o aluno procura acerca da veracidade de uma afirmação, resultado ou método) e avaliar (a avaliação diz respeito à recolha de informação com o objectivo de tomar alguma decisão).


A actividade matemática centrada nos conteúdos, sem os processos, é inerte e sem sentido.


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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nova escrita... Velhos problemas


Michelle Bento

A cada ano, milhares de universitários brasileiros criam a expectativa de conseguir um estágio na área profissional que escolheram, e assim, se inserirem no mercado de trabalho e ganharem experiência prática daquilo que aprendem nas instituições de ensino superior. Eles se dedicam para tirar boas notas, se empenham para identificar o segmento no qual o seu perfil se encaixa melhor e, finalmente, iniciam a procura por uma oportunidade. Porém, muitos encontram, durante este processo, um obstáculo que, em tese, não deveriam ter: a Língua Portuguesa. Um levantamento feito pelo Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro (CIEE/Rio), a partir de provas de seleção para estágios, traz um retrato nada animador. Dos candidatos que participam de processos seletivos para estágio, cerca de 25% são eliminados na prova de Português, composta por questões de gramática e de uma Redação.

Com isto, nem sequer chegam a participar de entrevistas com o departamento de Relações Humanas das empresas, onde podem mostrar as competências comportamentais e a qualidade da formação técnica que têm.

De acordo com o presidente do CIEE/Rio e membro da Academia Brasileira de Letras (ABI), professor Arnaldo Niskier, a dificuldade destes jovens no uso da escrita decorre da falta do hábito da leitura durante a fase de formação.

"Prevejo um futuro ainda mais tenebroso com a inovação do livro digital, pois este será um privilégio para poucos e que poderá trazer prejuízos brutais à educação dos jovens universitários. Não podemos abandonar a mídia impressa sem ganhar a mídia eletrônica, porque ainda não se tem massa critica para dizer que isso será melhor para formação do jovem", explica.

Outro aspecto identificado em textos produzidos por universitários é a utilização frequente de termos típicos da linguagem da internet, mesmo quando a situação exige um tratamento mais formal do vocabulário e da construção de frases. O educador esclarece que o 'internetês', como este fenômeno é chamado, é resultado de um apelo dos estudantes para o conteúdo da internet, no lugar de outras fontes, como bibliotecas. "A falta de convívio com a norma culta da Língua Portuguesa é um fenômeno claro de deseducação. O universo virtual não é a oitava maravilha do mundo e não tem o papel de resolver todos os males", diz Niskier, ressaltando que uma das causas pode ser o hábito de muitos estudantes de copiar trabalhos originais da rede. "Esta é uma atitude nada criativa e desonesta, que muitas vezes, é pouco repreendida pelas universidades. A consequência disso, é que o indivíduo se forma despreparado e não consegue uma boa colocação no mercado."

Para especialista, estudantes não valorizam o bom uso do idioma - Apesar da deficiência, a Língua Portuguesa ainda não é disciplina obrigatória em todas as universidades do Brasil, o que segundo o presidente, dá margem a erros graves por profissionais que têm o Português como ferramenta principal de trabalho. "Temos que defender a ideia da Unesco de incluir uma formação continuada para que, até os que se formaram, voltem aos bancos universitários e tenham chance de aprender o que significa a língua para a cultura", declara Niskier. Para o especialista em Língua Portuguesa, Sérgio Nogueira, esta dificuldade do estudante está diretamente associada à deficiência que ele tem de visualizar as necessidades que ele terá na vida profissional, o que acaba por impedi-lo de valorizar e dar maior atenção a habilidades que ele com certeza irá precisar, como a escrita e a leitura.

"Da mesma forma que o cidadão aprende quando se deve usar terno e gravada e quando lhe é apropriado usar bermuda e chinelo de dedo, ele deveria aprender quando é que não pode usar gíria, quando não pode usar internetês e quando é que deve usar uma linguagem formal. Mas eu vejo tanto a escola como a universidade falhando ao passar isso ao aluno. Muitas vezes, é na vida profissional que as pessoas acabam tendo de aprender isto", atenta.

E para quem pensa que ter um Português em ordem é importante somente para profissionais das áreas de Educação ou Comunicação, o educador revela que a realidade atual é mais exigente do que se imagina. Em todas as profissões, é preciso escrever bem. Não só pela necessidade de fazer relatórios, mas, sobretudo, porque a comunicação escrita é cada vez mais comum nos ambientes e trabalho. "Aqueles problemas que o funcionário podia resolver por telefone, agora são solucionados por e-mail. E, para isso, é necessário saber escrever de forma clara para o entendimento daquele que vai receber. A escrita vai ser usada para o resto da vida deste profissional e, se ele vai escrever em papel ou pela internet, isso não muda nada", frisa Sérgio.

Redação é a parte mais problemática - Com 46 anos de existência, o CIEE/Rio busca intermediar o acesso dos universitários ao mercado de trabalho, por meio da oferta de treinamento e da seleção de estudantes para ingressarem em empresas, e assim, terem uma visão prática da profissão. Nos últimos anos, porém, o centro tem constatado desempenho ruim destes alunos com a Língua Portuguesa.

Os dados registrados no último ano, em dois processos seletivos realizados para duas grandes companhias, confirmam esta queda de rendimento dos universitários. Para uma das empresas, foram convocados 809 candidatos para a seleção, sendo que 37% (309 inscritos) foram reprovados. Na seleção para outra empresa, os resultados foram ainda piores. Dos 324 que participaram da seleção, e 181 foram eliminados (55,5% do total). Com base em um balanço feito pelo supervisor de processos especiais do CIEE/Rio, Luiz Marinho, o maior problema dos universitários é a estruturação da Redação. Segundo ele, observa-se que o candidato possui informação, que é atualizado acerca dos acontecimentos e que tem contato com algum tipo de leitura. Porém, falta o domínio dos recursos essenciais no desenvolvimento de um texto. "O que mais aparece é redação com muita informação, mas que não é trabalhada devidamente. Então, eles dão pinceladas de informação e não conseguem desenvolver o conteúdo. Para quem lê, é difícil ter uma leitura linear, um entendimento do que o universitário quer dizer."

Erros mais comuns são de concordância e ortografia - Para Luiz Marinho, a origem desta deficiência está, sobretudo, no consumo de leitura pela internet. Segundo ele, tal hábito faz com que o estudante assimile este modo de escrita rápido e pouco embasado, e que acabe aplicando a prática às suas produções. "No mundo virtual, as informações que aparecem são curtas, não há um aprofundamento do conteúdo. Este tipo de leitura acaba viciando o jovem para que ele não consiga se desenvolver e elaborar um texto de um modo mais formal, como é exigido no ambiente de trabalho. Percebemos que isso acaba influenciando também a comunicação por e-mail, através do qual ele não consegue se expressar e fazer com que outra pessoa entenda uma solicitação que é feita", diz. Os erros cometidos são os mais variados. Porém, os constatados pelo CIEE/Rio com maior frequência são os de concordância verbal e ortografia, além da dificuldade de desenvolver o tema em um formato mais tradicional e compreensível para o leitor. "É importante saber registrar a ideia e reler a redação pelo menos umas duas vezes para ver se aquilo saiu da forma como planejou", orienta Marinho. Na opinião do superintendente do CIEE/Rio, Paulo Pimenta, esta dificuldade do jovem não é de hoje, mas da falta de incentivo à leitura ao longo dos anos. "O problema destes universitários é a ausência do hábito da leitura que ocorre desde a pré-escola. É preciso que haja uma sequência, não basta que o aluno seja apenas aprovado. É necessária uma verificação mais eficiente se esse aluno realmente aprendeu", fala.

Segundo Pimenta, atualmente do total de estagiários encaminhados pelo CIEE/Rio, 74% conseguem ser efetivado pelas empresas. Porém, a cobrança no mundo corporativo tem crescido. "As empresas estão cada vez mais exigentes. Elas estão dimensionadas a atender um determinado mercado, que cobra mais.

Por isso, o profissional de hoje, precisa ser o profissional do agora e do amanhã", frisa. Mais que encaminhar os estudantes ao meio empresarial, o Centro de Integração também se preocupa em desenvolver aqueles que ainda têm as suas habilidades limitadas, instruindo-os e capacitando-os por meio de cursos e treinamentos. "O foco do CIEE/Rio é não só fazer a inserção do jovem no mercado de estágio, mas também de desenvolvê-lo. Quando não aprovamos alguém em um processo seletivo, percebemos a deficiência e fazemos algo para que esse jovem, quando chamado pela segunda ou terceira vez, não passe pela mesma situação", completa.

* Folha Dirigida* 17 ago. 2010.

Colaboração: Site Stella Bortoni

Gente... que texto maravilhoso para nossa reflexão... nossas formações precisam urgentemente romper a linha das disciplinas e contextualizar de forma transdisciplinar a nossa lingua que percorre tudo o tempo todo. Saber escrever, saber se expressar, saber se fazer entender são processos fundamentais na vida de qualquer um de nós, ainda mais nós EDUCADORES...
O que você achou deste texto... que tal começar sua reflexão por aqui... Passe pelo site da Stella Bortoni, você encontrará muito material para melhorar sua formação e consequentemente sua prática.
Comente!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A CRIANÇA E O ATO DE POETIZAR O MUNDO ATRAVÉS DO DESENHO


A CRIANÇA E O ATO DE POETIZAR O MUNDO ATRAVÉS DO DESENHO
Michele Idaia dos Santos1

Resumo Este ensaio parte de uma investigação que aprofunda a relação entre a criança e o desenho a partir da perspectiva teórica do pensamento fenomenológico de Merleau-Ponty, o qual permite compreender a visão sincrética das crianças: aquela que não separa corpo e mente, imagem e palavra. Merleau-Ponty (1990) sugere que o desenho da criança é uma primeira maneira de estruturar as coisas, ou seja, é através do próprio desenho que a criança passa a descrever o que percebe do e no mundo. Nesse momento, marca sua presença e participação na existência das coisas lançando sentidos no grupo através dos atos de: misturar traços, linhas e cores para produzir narrativas através do desenho. A imaginação poética em Bachelard (2006) permite compreender que o devaneio operante emerge como abertura às linguagens, ao afirmar que a imaginação é capaz de nos fazer engendrar aquilo que podemos ver porque nos faz crer no que vemos. Nesse sentido, só podemos ver bem se sonhamos o que vemos. É através do devaneio que a criança habita o mundo e, para torná-lo seu, pode aproximá-lo e miniaturizá-lo pelo desenho. Palavras-chave: criança, desenho, narrativa.


1. A criança e o desenho

As condições para me compreender, e então compreender necessariamente, eu as conheço bem. É preciso ter (...) ouvidos novos para música nova. Olhos novos para o mais longínquo. Friedrich Nietzche

Este ensaio sobre o ato de desenhar lança um olhar à educação das crianças com a intenção de ultrapassar os limites da psicologia do desenvolvimento, cujo objeto de estudo foca o produto e não o processo que se estabelece no ato de desenhar. A interlocução entre as fenomenologias do corpo operante em Merleau-Ponty e da imaginação poética em Bachelard permite compreender a inseparabilidade entre corpo, imagem e palavra, entre narrar o mundo através do desenho e habitá-lo pelos devaneios da mão. Enquanto em Merleau-Ponty (1990) o desenho da criança é a primeira maneira de estruturar as coisas, isto é, através do ato de desenhar a criança narra sua percepção das coisas no e com o mundo, em Bachelard (2006) o devaneio operante emerge como abertura às linguagens ao afirmar que a imaginação é capaz de nos fazer engendrar aquilo que podemos ver porque nos faz crer no que vemos, só podemos ver bem se sonhamos o que vemos! É através do devaneio que a criança habita o mundo e, para torná-lo seu, pode miniaturizá-lo pelo desenho. O Filósofo francês Henry Focillon (2001) contribui para compreender a relação entre corpo e traço ao afirmar que a mão cria e pensa ao encaminhar o corpo para o espetáculo de tornar visível algo. A metodologia busca despir-se de pré-conceitos em relação ao desenho para perseguir o ponto de vista das crianças a partir da reivindicação de Corsaro (1997, 2003) pela presença de um “adulto atípico”, aquele que não tenta corrigir ou controlar seu comportamento. Como resultado parcial, o estudo aponta para a relevância de pensar a ação narrativa através do ato de desenhar enquanto ação sensível de tornar o mundo inteligível para si e para os outros. Aqui, o desenho não é liberação de emoções, mas um sair de si para voltar transformado. Na ação temporal de desenhar a criança não fornece informações das coisas que vê, mas presta testemunho de sua relação no e com o mundo.


2. O desenho e a criança

O encontro com a fenomenologia de Merleau-Ponty permite a ultrapassagem da clássica clivagem entre sujeito e objeto ao permitir contornar os obstáculos tanto da psicologização da imagem quanto da soberania da razão para reabilitar o corpo como linguagem e adesão ao mundo. A fenomenologia do corpo operante contribui para afirmar o dinamismo que impede a imagem de encerrar-se em algum lugar remoto da mente, de deixar-se confinar em um sentido que a reduziria ao estado de signo e a mumificaria. As realizações
da arte2, permitem a comunhão entre corpo e mundo porque a conduta poética é instauradora: é ato no mundo e não discurso sobre o mundo (RICHTER, 2005). Há uma significação “linguageira” da linguagem que não se prende ao “penso” mas ao “posso” que diz respeito ao ser próprio do gesto humano inaugurar sentidos realizando uma experiência e sendo essa própria experiência, isto é, agindo ou – aqui - desenhando. No pensamento de Merleau-Ponty (1991, p.79), “as palavras, os traços, as cores que me exprimem saem de mim como os meus gestos, são-me arrancados pelo que quero dizer como os meus gestos pelo que quero fazer”. Meu corpo pode significar para além de sua existência, ou seja, pode começar, anunciar ou recomeçar e implantar um sentido naquilo que não tinha. E nas palavras de Merleau-Pony (2002, p.186) a ação pode ser pensada através do ato de “marcar no papel um traço de nosso contato com esse objeto e esse espetáculo, na medida em que fazem vibrar nosso olhar, virtualmente nosso tato, nossos ouvidos, nosso sentimento do acaso ou do destino ou da liberdade”. Nesse sentido, cabe, apoiar-se na reflexão de Henri Focillon (2001, p.111) que delibera a mão, como órgão que convida a ter percepções táteis no mundo, designa a essa tão fabulosa parte do corpo, função de permitir o contato com a dureza do pensamento humano. Propondo re-significação do vivido, convidando a operar e transgredir, supondo o engravidamento da palavra.

Merleau-Ponty convida a operar uma redução fenomenológica3 até a experiência originária em que o mundo se constitui como percebido. O mundo ser um percebido implica voltar-se para o domínio do vivido, do pré-reflexivo, do imediato: o corpo como “sensível exemplar”. Não como ponto de partida e de chegada, mas o corpo e seu poder de ser afetado pelo sensível como centro de toda problemática. A sensibilidade ao mundo e ao outro é nosso primeiro elo com mundo. Em Merleau-Ponty o corpo deixa de estar na dependência do poder soberano da consciência (eu penso) para exercer a mediação com o mundo, marcando sua presença em nós. O que o fenomenólogo insiste em destacar é que na relação entre as coisas e meu corpo não há coincidência perceptiva. A experiência perceptiva é única, imprevisível e compartilhada (1999 p.20), “é ela a responsável de que, às vezes, eu permaneça na aparência, e outras, atinja as próprias coisas; ela produz o zumbir das aparências, é ainda ela quem o emudece e me lança em pleno mundo”. Diante disso é válido pensar o universo infantil que em algumas concepções é percebido por falho, obscuro, incompleto assim o desenho da criança é resumido a incapacidade sintética. Onde, necessita ser estimulada, preparada para representar signos que culturalmente foram construídos. Para Merleau-Ponty (2002, p184) essa acepção pode-se definir por ilusão objetivista, pois, estamos convencidos de que o ato de exprimir, em sua forma normal ou fundamental, consiste, dada uma significação, em construir um sistema de signos tal que a cada elemento do significado corresponda um elemento do significante, isto é, em representar. Assim o representar simboliza que, ao desenhar a criança precisa de modelo, simultaneamente transferi-lo e produzir sobre o papel uma espécie equivalente seu. O grande objetivo ai, seria tornar a criança capaz de representar a partir da perspectiva planimétrica, a qual seria única solução do problema, assim o desenho infantil estaria se encaminhando para a perspectiva.


Entre as duas teses de doutoramento – A estrutura do comportamento (1942) e A fenomenologia da percepção (1945) – e a última obra O visível e o invisível (1964)4, Merleau-Ponty foi professor, na Sorbonne, de Psicologia da Criança e Pedagogia quando dedicou atenção especial ao estudo das questões voltadas para a aprendizagem, condição de inserção na cultura e no mundo. Neste momento (1949-52), aprofunda a compreensão filosófica do corpo a partir dos estudos da percepção e da linguagem na infância, do desenho infantil e sua relação com os adultos, para alcançar o pensamento selvagem. Em suas palavras, como bem o mostram as antecipações extraordinárias da vida adulta na infância; podemos dizer que o homem total já está ali. A criança compreende muito além do que sabe dizer, responde muito além do que poderia definir, e, aliás, com o adulto, as coisas não se passam de modo diferente (Merleau-Ponty apud Richter,1999, p.23).
 
Assim sendo, o filósofo desenvolve, em seus cursos (1949-52), uma psicologia filosófica a partir da Teoria da Gestalt e da problematização à epistemologia genética de Jean Piaget para afirmar o desenvolvimento infantil como momento completo por si em sua inteireza. Para Merleau-Ponty, a experiência infantil é sempre a de uma totalidade. Para o filósofo, “é talvez com a condição de não falar de uma“representação do mundo” na criança que nós chegaremos a tomar consciência dessa aderência às situações dadas que seria o caráter essencial do pensamento infantil” (MERLEAU-PONTY, 1999, p.238). Trata-se de perseguir argumentos que permitam problematizar a exacerbação psicológica na abordagem do desenho na infância.


Desse modo o autor singulariza esse universo imaginário da criança através do sincretismo. Para o filósofo,
na criança a percepção é sincrética. As estruturas são amontoadas, globais e inexatas. Algumas vezes, em compensação, a criança pára diante dos detalhes mais ínfimos que tornam a sair sem ligação com o conjunto. Mais que o adulto, ela está sujeita à alternativa de perceber, seja globalmente, seja por detalhes. A percepção infantil é pois, ao mesmo tempo, global e fragmentária (o que não é contraditório), enquanto que a do adulto é articulada (MERLEAU-PONTY, 1990, p. 196-7).

Para a criança, tudo está ali, naquele universo instigante e que precisa ser tocado, sentido, saboreado para então, através de experiências sensoriais, ser marcado involuntariamente pela narrativa icônica. Ali, o desenho passa de simples representação, para o espetáculo tendo por função tocar aquele que o percebe como tal.

A perspectiva planimétrica pode ser comparada a um método, onde é utilizada como meio para receber um produto final. Assim ao procurar fazer relações do desenho da criança com objetos significantes o adulto não percebe a narrativa infantil que ali está impressa, marcada e acaba por resumir a desatenção! Merleau-Ponty (2002, p.185) diz que a perspectiva planimétrica imobiliza a perspectiva vivida, adota, para representar o percebido, um índice de deformação característico do ponto onde estou, mas justamente por este artifício, constrói uma imagem que é imediatamente traduzível na ótica de qualquer outro ponto de vista, e que neste sentido é a imagem do mundo em si, de um geometral de todas as perspectivas.

Ao contrário, no momento em que a criança é livremente permitida de marcar no papel suas narrativas, expressando sua imaginação, enriquecida de experiências com instrumentos gráficos (lápis, giz de cera, canetas), suportes diversificados, espaço adequado e tempo disponível, dará forma, vida, sonho, desejo, expressão ao seu desenho. Assim, no ato do desenhar estará marcando sua história, imprimindo seu mundo perceptivo e a maneira de concebê-lo. Desta maneira, a criança expressa suas percepções com tanta intensidade que corpo e mente se misturam, assim como a mão e o suporte se entrelaçam, e o desejo pela expressão é ai demonstrado, através do sonhar acordado, do encanto... como a mais sublime marca no papel. Se a criança necessitasse de complemento para o sistematizar suas percepções. Ao contrário, seu pensamento está ali, através do olhar curioso que busca respostas a questionamentos resultantes do que percebe deste mundo e ainda não consegue exprimir, não por falha e sim vivenciar menos experiências que o adulto tornando-se não figura incompleta mas um Ser lacunar.

Nesse sentido detenho a reflexão a partir do pensamento de Gaston Bachelard ao trazer o devaneio operante em seu estado mais simples mais puro - pertencente a anima-. O filósofo em seus estudos sobre os devaneios voltados para a infância destaca lembranças de sua infância. Nas palavras de Bachelard (2006, p.20) as “lembranças da infância feliz são ditas com uma sinceridade de poeta. Ininterruptamente a imaginação reanima a memória, ilustra a memória”. Aqui vale pensar o devaneio da criança em relação ao ato de interrogar e mostrar-se diante do mundo através do desenho. Quando está desenhando a mão se encarrega de trazer para o real o corpo em seu estado mais sublime, afirmando nesse sentido: seu estado de linguagem! É através do devaneio operante, aqui vinculado a ação poética5 que a criança tem experiência estética transformadora e re-criadora de outras possibilidades de estabelecer relação com o vivido. Bachelard (2006, p.94) diz que,“desde que se torne dona dos seus devaneios, a criança conhece a ventura dos poetas” por ter a possibilidade de poetizar o vivido, miniaturizando o mundo sobre a superfície do papel, traz para si um mundo condensado e rico pelo processo de devaneio que se instala no ato do desenho Desse modo convém destacar com Sandra Richter (2005, p.199) sua reflexão sobre a miniaturização, todas as coisas pequenas exigem vagar do olhar a paciência do toque transformador da mão. Miniaturizar o mundo é trazer inteiro pelo olhar para dominá-lo com a mão artesã: basta o gesto que desenha, ou pinta ou modela para fazer um mundo reduzido tornar-se imagem do mundo, microcosmo que se pode envolver e trazer pelo olhar a grandeza do conjunto: em um estante tudo está ali. Toda a variação, toda hierarquia, todo problema menor desaparece.


Nesse sentido a criança embevecida pelo devaneio poético instaura um mundo miniaturizado. É diante dessa ação que ela traz o macro para a proximidade de seu corpo. O que há ai é uma mistura onde corpo e mundo, traduzida pelo entrelaçamento entre o devaneio poético e o processo de miniaturizar o vivido. Nas palavras de Merleau-Ponty (1999, p.121), “ a imaginação é imagem encarnada que encarna o mundo, fenda no corpo em sua abertura mundana onde as coisas passam por dentro de nós, assim como nós por dentro das coisas”. Diante disso o desenho pode ser considerado como testemunho, porque estabelece relação de abertura para o mundo mostrando uma experiência estética diante do vivido.

3. O ato de desenhar como um ritual de iniciação

O estudo aponta para a relevância de pensar a relação entre criança e desenho como ação narrativa estabelecida pela mistura entre corpo operante e devaneio poético. Ao lançar o olhar fenomenológico para o ato do desenho no intuito de compreender a complexidade que se engendra diante da determinada ação poética, pode-se perceber que a mão em contato com a dureza do pensamento possibilita ao corpo experiências traduzidas pela multiplicidade de movimentos. Ora suaves, como uma bailarina, ora abruptos, fortes para dar conta dos humores corporais. As linhas vão se encontrando harmonicamente estabelecendo relação, na tentativa de buscar alcançar o macro através da miniaturização.

Diante dessa busca o que se estabelece é uma narrativa traduzida pela mistura entre o devaneio e ação corpórea que enquanto pensamento em ato estabelece uma relação de testemunho com o mundo. Aqui o desenho não é ato discursivo! Para longe está de ser mera representação do real. Ao contrário, enquanto processo, é um convite para viajar pelas intensas linhas que são sustentadas pelo limite do suporte, dando abertura para o devaneio poético. Nesse sentido Merleau-Ponty (1984, p. 88) faz referencia ao modo como o “corpo é simultaneamente vidente e visível. Ele, que olha todas as coisas, também pode olhar-se e reconhecer naquilo que então vê o “outro lado” de sua potência vidente. Ele se vê, vendo, ele se toca tocando, é visível e sensível para si mesmo”.

É na potencia vidente do corpo que se estabelece à ação performativa da linguagem, no ato do desenho a criança mistura traços transfigurando o suporte. Na ludicidade do ato de traçar, ela faz ser o que não é, e, no entanto, compreende o que não está ali. Na ação poética de trazer a imediaticidade mundana para o suporte, ela prova o mundo das solidões primeiras6 saído de si para voltar transformada sob prática do devaneio poético. Nesse instante o corpo é tecido mundano por tirar do mundo significações, recriá-lo tornando seu. Merleau-Ponty (1984,p.12) ao falar em corpo e mundo afirma que há relação estesiológica, “há a carne do corpo e a do mundo; há em cada um deles uma interioridade que se propaga para outro numa reversibilidade permanente. O mundo está todo dentro e eu estou todo fora”. E diante dessa mistura o que há é a possibilidade de andar por solos ainda mais distantes...E a relação entre criança e desenho não será mais como mera informação, ela prestará um testemunho para aquele que o percebe como tal! Neste momento passa a perpetuar através dos atos de: misturar, pintar e produzir narrativas suas interrogações do mundo vivido. Merleau-Ponty (1984,p.12) diz que, é esse logos do mundo estético que torna possível a intersubjetividade como intercorporeidade, e que, através da manifestação corporal na linguagem, permite o surgimento de um logos cultural, isto é, do mundo humano da cultura e da história.

Assim sendo o desenho dá a possibilidade de construir narrativas que se entrelaçam entre o real e o ficcional, para dar sentido aquilo que ainda não tinha: dar vida a uma árvore que até então estava na montanha, dar som ao latido de um cachorro, que apenas se ouvia do quintal. É nessa poetização do mundo que se estabelece uma narratividade onde a verdade - em um sentido ambíguo - passa dar sustentabilidade ao ato de desenhar devaneando. Para Bachelard (2006, p.94) “há devaneios tão profundos que nos ajudam a descer tão profundamente em nós mesmos que nos desembaraçam da nossa história. Libertam-nos do nosso nome”. E a mão nesse sentido contribui por libertar o pensamento fazendo-o alçar vôo para figurar uma realidade ainda não existente. Nesse sentido o devaneio poético é a própria ação lúdica de do corpo estar em linguagem. Esse processo possibilita outros modos de pensar o mundo e o desenho diante dessa perspectiva passa ser matriz de idéias, pois sua ação possibilita complexificação de sentidos. Através do poder do corpo de “distanciar-se”, como bem diz o pensamento merleau-pontyano7 (1999), é que evoca um “sonhar acordado” no qual resulta num distanciamento sob o mesmo espaço temporal. Nas palavras de Richter (2005, p.195), a distância das coisas em relação a nós é simultaneamente nossa distância em relação a elas. A “distância não é sentida, é antes o sentir que revela a distância” (idem). Nas palavras de Blanchot (2001, p.69), “ver no sonho, é estar fascinado e o fascínio produz-se quando, longe de apreender a distância, somos possuídos pela distância, investidos por ela”. Talvez, apenas a imaginação possa atualizar tal virtualidade. Nesse instante a mão encantada pela mistura entre as cores da tinta e a aspereza da esponja, liberta o pensamento para viajar mais longe, diante dos olhos atentos, à mão nos conduz para o distanciamento. Diante disso é válido retomar á reflexão a partir da ação da mão no ato do desenho, ela permite uma relação com o suporte que libera e conduz o pensamento a agir sobre o inesperado para Henri Focillon (2001, p.111) é a mão pela “acção que define o côncavo do espaço e o convexo das coisas que o ocupam. Superfície, volume, densidade e peso não são fenômenos ópticos; foi pelos dedos e na palma da mão que o Homem primeiro os conheceu” Dessa maneira, a criança vai dando sentido e orientação para a sua ação, pois, o corpo todo está envolvido pelo ritmo que emerge pela mão, seduzida pelo ato de plasmar as coisas, ela as recria para si. Teixeira Coelho (2000, p.188) ao falar sobre figura afirma que, é aquilo que, além de deixar ver alguma coisa, não precisa ser vista para conseguir veicular algo que o espectador pode ver. Há transporte de uma dimensão para outra [material, imaterial; visível, invisível]. Como numa tela de Francis Bacon, vejo o que está ali e vejo o que não é visível e no entanto está ali. Ao brincar e poetizar o mundo, através das artes plásticas, ou seja, modelando, pintando, manchando, a criança convida seu corpo a viver uma metáfora viva. Nesse caso a mão cumpre papel fundamental nesse fazer poético. Henri Focillon (2001, p.108) afirma que “a mão é acção, agarra, cria e, por vezes, dir-se-ia mesmo que pensa.”E, em seu poder de trazer para o visível o que, até então, está no intangível esse órgão tão fabuloso toma posse do mundo através das percepções táteis.
 
Sendo assim, considero a posse do mundo pelo poder de prefigurá-lo, antes através de experiências olfato-táteis, logo após transfigurado pelo ato de marcar na superfície um excesso de sentidos constituindo-se em narrativas icônicas. Nesse instante, o desenho passa da perspectiva de um olhar que o reduz ao produto final para habitar o mundo fenomenológico das visões primeiras, que tocam e indagam, fazendo perceber a intensidade que se instala através do ato de plasmar o mundo em traços e superfícies. O desenho e a criança traçam uma relação poética, pois ambos se modificam a cada encontro: sendo sempre uma primeira vez diante do eterno ritual de iniciação.
 
 
1 Graduada em Pedagogia Anos Iniciais pela UNISC. Mestranda e bolsista CAPES do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISC. Integrante do Grupo de Pesquisa Linguagens, Cultura e Educação da UNISC-CNPq. E-mail s.michele62@yahoo.com.br.
 
2 Para Merleau-Ponty (1991, p.81), o insubstituível na obra de arte, “o que a torna muito mais do que um meio de prazer (...) é ela conter, mais do que idéias, matrizes de idéias, é nos fornecer emblemas cujo sentido nunca terminamos de desenvolver, é, justamente porque se instala e nos instala num mundo cuja chave não temos, ensinar-nos a ver e finalmente fazer-nos pensar como nenhuma obra analítica consegue fazê-lo, porque a análise encontra no objeto apenas o que nele pusemos. (...) uma linguagem conquistadora, que nos introduza em perspectivas alheias, em vez de nos confirmar nas nossas”.
 
3 No prefácio da Fenomenologia da Percepção (1999, p.10-11), Merleau-Ponty afirma que “o maior ensinamento da redução é a impossibilidade de uma redução completa” para destacar o mal-entendido de Husserl com seus intérpretes. A melhor fórmula da redução, para Merleau-Ponty, é aquela do assistente de Husserl, Eugen Fink, quando falava de uma “admiração” diante do mundo.
 
4 Obra interrompida pela morte súbita em 1961, aos 53 anos, que o colheu à mesa de trabalho em plena atividade intelectual.
 
5 O termo ação poética está sento utilizado com base em estudos através do filósofo francês Paul Valéry (1999), ao utilizar a acepção grega do verbo poïen (ação de fazer algo, criar, fabricar, transformar) para afirmar que arte, e aqui refiro-me ao desenho, não é discurso mas ato, exigindo “considerar com mais complacência, e até com maior paixão, a ação que faz do que a coisa feita”.
 
6 No pensamento fenomenológico de Gaston Bachelard (2006 p.14) a solidão tem relação com o devaneio cósmico. Para o filósofo é um fenômeno da solidão, um fenômeno que tem uma raiz na alma do sonhador. Não necessita de um deserto para estabelecer-se e crescer. Basta um pretexto – não uma causa- para que nos ponhamos em situação de solidão sonhadora. Nessa solidão as próprias recordações se estabelecem como quadros. Os cenários dominam o drama.
 
7 Merleau-Ponty (1999, p.343- 360) aborda a percepção do espaço como experiência que “se dá como distância que se abre diante de nós” através da profundidade. Ao tomar a profundidade como paradigma mesmo em que “se constitui o espaço”- e não como coordenada espacial- ele afirma que o espaço é distante, é profundo e por isso permanece inacessível ( por excesso ou falta) quando está sempre aí, ao redor e diante de nós. A profundidade expõe imediatamente nosso elo com o espaço: ela “nasce sob meu olhar porque ele procura ver alguma coisa” (idem,p. 354).
 
 
 
Referência

BACHELARD, Gaston. A poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

FOCILLON, Henri. A vida das formas. Seguido de Elogio da mão. Tradução Ruy Oliveira . Lisboa: Edições 70, 2001.

LAROSSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n° 19, p. 20-28, jan/fev/mar/abr 2002.

MERLEAU-PONTY, Maurice: Fenomenologia da percepção. Tradução Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

___ . O olho e o espírito. Textos escolhidos / Merleau-Ponty. Seleção de Marilena de Souza Chauí e Tradução de Nelson Alfredo Aguillar-2a edição- São Paulo: Abril Cultural, 1984. p. 85 – 111. (Os pensadores)

___. Signos. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

___. O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva, 1999.

___. A prosa do mundo. São Paulo: Cosac&Naify, 2002.

RICHTER, Sandra R. S. A dimensão ficcional da arte na educação da infância. Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. Tese de Doutoramento.

TEIXEIRA COELHO. Guerras culturais: arte e política no novecentos tardio. São Paulo: Iluminuras, 2000.

VALÉRY, P. Primeira aula do curso de poética. In: Variedades. São Paulo: Iluminuras, 1999, p. 179-192.

Leitura que vem do berço


Nestes tempos de tecnologia é ótimo navegar e pesquisar o que há de bom para nós da Educação... um site interessante com postagens significativas, é o da Dra Stella Bortoni - UNB (Universidade de Brasília). No site há este texto que  e ela permitiu que fosse reproduzido, este e outros. É muito bom quando encontramos pessoas que compartilham o saber.
Que você tenha uma ótima leitura...

agosto 22, 2010

Especialistas dizem que ler para filhos a partir dos 6 meses melhora a cognição

Ler ou não ler para o bebê, eis uma questão que David Dickinson, doutor em educação pela Universidade de Harvard, e Perri Klass, pediatra, escritora e professora de pediatria e jornalismo da Universidade de Nova York, garantem saber responder. Sim, deve se ler e muito, a partir dos 6 meses de vida, mas sem deixar os olhinhos do neném arregalados com a maluquice de Hamlet ou as desgraças de Rei Lear. A recomendação dos superespecialistas é incluir, em meio à troca de fraldas, mamadeiras, passeios e choros, o folhear diário das páginas de um livro apropriado para aquela faixa etária, cheio de cores e figuras (hoje não faltam opções nas prateleiras). Para eles, esta é a melhor forma de desenvolver a inteligência da criança e a sua linguagem oral e escrita, preparandoa para a alfabetização e aprimorando sua capacidade de aprender.
Que fique claro: a ideia não é transformar o bebê num minigênio. Os especialistas, que apresentaram pesquisas científicas na Bienal de São Paulo na semana passada provando como a leitura interfere no desenvolvimento cognitivo da criança, querem prazer e interação ao som da narrativa dos pais. Os benefícios desse ritual são insubstituíveis.
Não adianta só conversar com a criança ou passear descrevendo as paisagens nem inventar aventuras. Tem que ler, mostrar formas e cores e fazer perguntas ao bebê o tempo todo, estimulando sua participação.
Dickinson e Perri vieram para cá a convite da ONG Instituto Alfa e Beto (IAB), em São Paulo, e abraçaram a iniciativa da criação de uma biblioteca para bebês e o lançamento de uma cartilha com dicas das técnicas de leitura mais adequadas para cada fase. O objetivo é tornar os livros mais acessíveis também às classes sociais mais baixas, porque Oliveira acredita que o ciclo vicioso da pobreza também passa pelo ciclo vicioso da transmissão da linguagem. O IAB criou ainda um catálogo com 600 títulos (sim, 600, uma média de dois por semana, dos 6 meses aos 6 anos, cerca de cem por cada faixa etária) para serem lidos antes do ingresso ao ensino fundamental. O objetivo não é listar os melhores livros, mas, sim, dar uma ideia para os pais dos tipos de publicação adequados para a idade de seus filhos.

— O texto escrito possui uma variedade de vocabulário e uma complexidade sintática que não é encontrada na linguagem oral, nem mesmo na fala informal de adultos com curso superior — explica o fundador do IAB, João Batista Oliveira, psicólogo com PhD em Educação. — Todos os estudos longitudinais mostram que expor a criança desde cedo aos livros contribui para o desenvolvimento da linguagem e, consequentemente, para o seu sucesso escolar. A formação do hábito de leitura também é importante para que a criança se torne um ávido leitor, outro fator fortemente associado ao sucesso escolar.

Mas, para tranquilizar quem perdeu o primeiro bonde, Oliveira garante que nunca é tarde para começar. Só ressalta que, quanto antes o hábito fizer parte do dia a dia da criança, melhor: — Além de desenvolver diversas competências ligadas à alfabetização e à linguagem, a leitura também fortalece o vínculo das crianças com os pais: eles gostam de ler com os pais porque gostam dos pais. Mas a leitura deve ser participativa. Um dos aspectos mais importantes é envolver a criança, desde cedo, no processo de escolha de livros. Pergunte sempre o que a criança prefere, deixe que ela manifeste seus interesses ou crie novos. A escolha leva ao compromisso — garante o fundador do IAB.
Pelas pesquisas americanas apresentadas, das 12.500 crianças que fizeram teste de vocabulário aos 5 anos, as de famílias mais pobres tinham quase um ano de atraso; as que já tinham hábito da leitura em família aos 3 anos aumentaram o vocabulário em pelo menos dois meses; e visitas mensais à biblioteca aumentaram o vocabulário de todas elas em 2,5 meses.
Essa riqueza no repertório vai se refletir no desempenho escolar e no comportamento social. “Crianças que se atrasam nas séries iniciais correm o risco de permanecer atrasadas ao longo do processo escolar”, definiu Perri em sua apresentação.
Além disso, para a pediatra, “ler para os filhos desde cedo ajuda a criança a ver os livros como fonte de prazer e de informação”.
O neurofisiologista Mario Fiorani, do laboratório de Fisiologia da Cognição do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, com pós-doutorado no Instituto Nacional de Saúde Mental, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, não é, de forma alguma, contra o incentivo à leitura. Mas acredita que não é só a educação formal que molda as pessoas.

— Só as habilidades linguísticas não bastam, mas a leitura pode ampliar horizontes de forma inimaginável.

Isso depende, porém, de senso crítico, que pode ser inato (natural do indivíduo) ou aprendido informalmente no convívio familiar. Caso contrário, a leitura pode produzir um leitor ‘compulsivo’, sem grandes ganhos.
Sobre o desenvolvimento da cognição, Fiorani diz que a leitura amplia o horizonte no campo da linguagem.

— Mas os aspectos cognitivos dependem de muitos outros fatores, tanto inatos quanto adquiridos. A leitura é um bom estímulo cognitivo para melhorar o conhecimento do mundo que nos cerca. Estimula a imaginação e o leitor pode parar para pensar no que está lendo quando quiser, o que permite uma melhor elaboração do conteúdo — afirma.

— Mas as pessoas podem desenvolver o hábito de leitura e aprimorá-lo em qualquer idade. O estímulo precoce só vai tornar tudo mais fácil. A leitura não é um fim, mas sim um meio.

O conhecimento é uma meta.

Fonte: Jornal O Globo, Saúde

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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Portal Educacional Adventista... Acesse!!!


O Portal Educacional da Rede Adventista está repleto de novidades... sempre há algo interessante para nós educadores, o que certamente auxiliará em nossa prática.
Aqui aproveitei para postar a Newsletter 04.2010 que recebi, com seus respectivos links...vamos aproveitar e usar tudo que está à nossa disposição.
Veja que bacana...

Acelere e ganhe
O jogo Acelere e Ganhe foi desenvolvido para o estudo da matemática no ensino fundamental 1. Por meio da operação da soma na contagem de cédulas e moedas, a atividade também estimula o desenvolvimento da coordenação motora.

Acesse o jogo http://www.educacaoadventista.org.br/multimidia/238/acelere-e-ganhe.html

Especial Semana da Pátria
O Portal preparou uma série de conteúdos ligados ao dia 7 de setembro. Veja a sugestão de projeto e as matérias indicadas para trabalhar com os estudantes durante a Semana da Pátria.

* Sugestão de Projeto http://www.educacaoadventista.org.br/educadores/sugestoes-de-projetos/547/semana-da-patria.html

* Símbolos nacionais http://www.educacaoadventista.org.br/educadores/atualidades/549/prototipo-da-bandeira-do-brasil-e-roubado.html

* O primeiro presidente do Brasil http://www.educacaoadventista.org.br/fundamental-2/quem-foi/495/o-primeiro-presidente-do-brasil.html

Vestibulando
Num processo seletivo, a redação tem grande peso na nota. Nesse momento o estudante apresenta a capacidade de refletir e se expressar. Indique o artigo “Para não esquecer na redação” para os alunos do “terceirão”.

Acesse o artigo http://www.educacaoadventista.org.br/ensino-medio/vestibulando/604/para-nao-esquecer-na-redacao.html

Fique de Olho
Para você que é gestor escolar, saiba como preparar, de forma participativa e econômica, um espaço para brinquedos e jogos pedagógicos que atendam aos anos iniciais de sua escola.

Veja os detalhes http://www.educacaoadventista.org.br/educadores/fique-de-olho/550/como-montar-uma-brinquedoteca.html

Destaque
Portal participa da primeira videoconferência, com foco em matrículas da rede adventista.

Acesse o Blog do Gestor http://www.educacaoadventista.org.br/blog/blogdogestor/ e fique por dentro de outras novidades.

Quer entrar em contato com o portal???
Email: portal@educacaoadventista.org.br - Se quiser ligar... Telefone: +55 (15) 3205-8915.

Se quiser escrever...
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Vamos ficar por dentro das novidades gente!!!

Fiquem com Deus!!!
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