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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

RELATÓRIO DE AVALIÇÃO DESCRITIVA


CONCEITO


O RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DESCRITIVA É UM DOCUMENTO QUE SE ENTREGA AOS PAIS NO FINAL DE UM PERÍODO PRÉ DETERMINADO PELA ESCOLA ONDE SE DÁ CIÊNCIA A ELES SOBRE O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA ESCOLA, AS CONQUISTAS E PROGRESSOS DOS ALUNOS. Não é um documento que se caracteriza como a palavra final acerca do desenvolvimento da criança, mas é um diálogo que se abre com a família para entendê-la melhor. Por exemplo: Na escola em determinada situação a criança age assim...Vamos conversar para ver se em casa também ela reage assim? O que podemos fazer juntos para ajudá-la?

COMO ESCREVÊ-LO?

Na abertura, escrevemos de uma forma geral sobre os projetos realizados no período, descrevemos o interesse da turma, as atividades mais marcantes e as aprendizagens significativas que eles tiveram. Essa escrita pode ser igual para todos, variando as falas sobre o desenvolvimento específico da criança, reação da mesma referente ao projeto, ou quando houver um possível objetivo que não foi alcançado, neste caso expor as ações que serão realizadas para auxiliar o aluno. Dessa forma esse relatório se torna mais exclusivo, mais pessoal.

Em vez de dizer: Nesse bimestre a professora fez isso, propôs essa atividade etc, etc..., Fale na perspectiva do aluno: Mariana aprendeu que... ela amou fazer isso... participar daquilo, ficou entusiasmada ao... etc., etc. Para o pai, interessa MUITO as reações, as falas e as aprendizagens de seu filho.

Em seguida escrevemos em mais um ou dois parágrafos sobre a criança, seu jeito de ser, seus relacionamentos, aspectos de independência e autonomia. Esse é o Eixo Identidade e Autonomia (RCNEI vol. 2).

Nos parágrafos seguintes comentamos sobre o desenvolvimento da criança em cada eixo trabalhado: Corpo e Movimento, Artes Visuais e Música, Natureza e Sociedade, Ensino Religioso, Linguagem Oral e Escrita, e Matemática (seis eixos no total).

Às vezes, podemos no mesmo parágrafo colocar dois eixos como por exemplo: Música e Artes Visuais, se o que for escrever não for muito.

Os professores das aulas especiais também precisam deixar com a professora titular o seu parecer sobre cada aluno.

Esse relatório tem que ser coerente e coeso. Não pode parecer que muitas pessoas escreveram e aos poucos foram colocando suas escritas uma após a outra, sem muita lógica ou continuidade. Uma releitura final para perceber esses aspectos é importante.

Cada coordenadora deve comunicar as datas de entrega desses relatórios com antecedência e esse prazo deve prever um tempo razoável para a coordenadora ler todos os relatórios, conversar com o professor e devolvê-lo para as possíveis correções. Essas primeiras correções devem ser realizadas junto com o professor para que se tome consciência dos aspectos a melhorar, e o juntos tenha a oportunidade de crescer ao refletir sobre as correções feitas. Lembrando que sempre é preciso o caderno de campo para subsidiar o relatório, a cabeça não se lembra de tudo se não estiver anotado.

NESSA EXPERIÊNCIA, SERIA IMPORTANTE ANTES DA PROFESSORA ENTREGAR PARA A COORDENADORA TODOS OS RELATÓRIOS, QUE APRESENTE UNS 3 RELATÓRIOS ( antes de escrever os demais ). Esses relatórios podem ser de um ÓTIMO aluno, de um BOM, e de um aluno que APRESENTA ALGUMA DIFICULDADE. Dessa forma os possíveis erros que poderão surgir, já seriam corrigidos antes dos demais relatórios serem escritos.

Se a coordenadora perceber, pelos erros que encontra, que não houve uma revisão geral (leitura final), por parte do professor, deve devolver para que essa leitura seja feita. Tudo isso precisa ser feito com muita atenção, por isso é necessário que os prazos sejam respeitados, para que não haja atropelos. Esse é um documento de uma ESCOLA para uma FAMÍLIA, por isso não pode ter erros. É um documento muito sério, que dependendo dos termos utilizados podem trazer grandes transtornos para o profissional que o escreveu e para a escola.

A base da redação deve estar apoiada em dois pilares:

1º) Nos objetivos específicos propostos para cada eixo temático, relacionados no bimestre; (ver referenciais e livro para consulta :Aprender e Ensinar na Educação Infantil – Eulália Bassedas – Cap. 5 ( Artmed ).

É imprescindível construir uma pauta (caderno de campo) de observação para facilitar e ir elaborando o relatório durante o bimestre.

2º) As anotações feitas pela professora diariamente ou semanalmente, podem ser feitas num caderno ou já em uma pasta aberta no computador com uma página para cada aluno.

Dicas gerais:

• Quando for escrever sobre a criança, por exemplo, no Eixo Identidade e Autonomia, coloque primeiro os aspectos positivos, só depois os negativos; cuidado para não afirmar “a criança é insegura”, em lugar disso descreva suas ações e reações: “Quando Fabiana chega na escola, primeiro pára na porta, olha e procura a professora, se ela me vê, sente-se a vontade quando....

• Cuidado para não emitir seu parecer sobre a criança, quando o que você está se referindo são aspectos subjetivos. É muito comum descrevermos uma situação e já “darmos“ o julgamento. Por exemplo: “Ela não participa das conversas na roda pois tem vergonha (quem disse que é por vergonha ? Podem ser devido a outros fatores).

• Quando colocamos uma situação que a criança está com dificuldades, sempre precisamos escrever o que temos feito para ela crescer ou superar essa dificuldade. Exemplo: Margarida tem dificuldade de perdoar o amigo, preciso sentar, conversar com ela e chamar o amigo para ela pedir perdão, preciso começar a conversa e “dar um força” para ela pedir desculpa... OU... Para a Fabiana participar do texto coletivo com suas opiniões, a professora precisa perguntar diretamente para ela: O que você está pensando? Pode falar Fabiana! Dessa forma ela sente-se segura, e mesmo baixinho, ela dá sua sugestão.

• Não escrever “Ainda não consegue... dê preferência para colocar o que ela(o) consegue fazer sozinha ou com ajuda de alguém.

• Termine sempre com palavras carinhosas, demonstrando que gosta, que acredita na criança...

• Anexe folhas de exercício que a criança realizou, quando for importante e necessário esclarecer melhor aos pais ou como uma comprovação do que você está se referindo. Exemplo: O Rafael está escrevendo uma letra para cada sílaba de seu nome e geralmente utiliza as letras de seu nome, demonstra estar na hipótese silábica sem referência sonora. Neste caso, se ainda não foi explicado para os pais sobre as hipóteses, etc. anexar um informativo a respeito (padronizar algo com o coordenador).

• São exemplos de situações que podem vir como anexo: “O nível que a criança está na escrita, a forma como ela resolve problemas matemáticos, a resolução de problemas através de desenho, problemas matemáticos , desenho da figura humana, resolução de escrita espontânea ou sobre algo que você precisa exemplificar”.

• Cuidado com expressões muito gerais: “O Fabrício se desenvolveu bem nas questões de produção de texto coletivo e na expressão oral.” Isso é muito geral. É necessário descrever o seu crescimento. O que ele faz, que o levou a essa conclusão? Ele participa com ideias coerentes, bem organizadas, criativas? Ele se expressa de forma clara com pronúncia correta das palavras, fala de forma espontânea?

• Um professor que presta conta aos pais através de um relatório descritivo, precisa ser muito observador e não confiar que a sua mente vai “guardar” tudo. É preciso valorizar e colocar em prática o seu registro com as suas reflexões. Ninguém observa todas as crianças de uma vez e nem consegue observar tudo. Escolha umas 4 ou 5 crianças para você observar por atividade ou até por dia. Isso facilita. Antes disso, sua planilha de observação tem que estar feita para você saber o que vai observar, o que é mais pertinente? Nível de leitura, Conceitos matemáticos, etc.

• Uma avaliação diária do trabalho do desenvolvimento da criança, não é só para prestar conta aos pais. É uma avaliação para o professor nas questões referentes à metodologia, gestão do espaço, do tempo, das relações com as crianças, etc. O professor precisa fazer essas reflexões o tempo todo para ir corrigindo, reformulando a sua prática e favorecer de forma cada vez mais competente a aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social de seus alunos.

• Lembre-se que a cada bimestre você vai escrever um novo relatório e é importante arquivar todos eles para não ficar repetindo o que falou nos anteriores. Por isso no início do bimestre já deve estar definido o que você vai observar durante o mesmo.

Sucesso a todos nessa caminhada. Não esqueçam de orar toda vez que forem planejar, iniciar sua aula e escrever um relatório. Deus dá sabedoria e supre nossas necessidades, se assim lhe pedirmos e o buscarmos com fé.

Colaboração: ELENI HOSOKAWA WORDELL
Adaptação: Nádia Teixeira da Silveira

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